10 anos do Book & Coffee

19:21


O tempo passou e eu pude sentir... Do nada passaram-se dez anos desde a primeira vez que postei aqui nesse blog. Eu tinha tantos sonhos, tantas certezas. Se me perguntassem naquele dia onde eu me via em dez anos, era bem óbvio o que eu responderia. Primeiramente seria, claro, que ter Maria Alice comigo, ela que foi tema de tantos e tantos textos daqui, diria também que me via morando no sul do país, na serra mais precisamente, casada com alguém que eu amasse, teria concluído a faculdade de letras, teria escrito um ou dois livros, seria dona de casa, mãe, com uma estante repleta de livros, morando numa casinha com muitas plantas e teria perto um riachinho, tudo do jeitinho que se eu fechar os olhos eu consigo reviver aquela sensação e aquele sonho perdido.

Os anos passaram, Maria Alice não veio, ela não foi minha do jeitinho que eu tanto sonhava (mas era algo que poderia acontecer) mas veio João Miguel, que pouco ficou comigo e mais dois, que também pouco estenderam sua presença comigo. Não segui na faculdade que eu também queria, mas fiz outra, não escrevi mais, mas desenhei, e como desenhei, a profissão de designer gráfico fez morada no meu coração e se fez real a mim. Não moro na serra, tampouco sai de onde sempre morei, mas minha casa é a coisa mais linda da vida e a mais linda da rua, tem muitas plantas, muitas flores, e além do meu lar, é também o local da minha empresa, que nasceu através dos meus serviços de designer gráfico, aqui tem três gatinhos que são os amores da minha vida, Helena, Olaf e Lira, todos com a mesma idade e mesmo tempo comigo. Sou casada com quem amo, que conheci ainda em 2013 como leitor aqui do blog, nos tornamos amigos, namorados e casamos em 2015, atualmente estamos construindo em um dos nossos dois cantinhos de chão, e lá teremos uma edícula, que no projeto arquitetônico é a coisa mais aconchegante.

Mas se alguém me perguntar se morreram todos os sonhos da escritora de 2013 eu vou dizer que não, que lá no fundo eu ainda sonho com a serra, sonho com ter tempo para escrever, para ler, para criar meus filhos, apesar que sinto tudo tão longe do meu alcance, mas sonhar nunca me custou nada, e sempre eram meus canos de escape.

Fico feliz em ver o caminho que segui, são as consequências da vida adulta, são nossas escolhas, e as minhas me trouxeram até aqui.


Com amor, Alice... Há dez anos depositando eu linhas, sonhos, desabafos, conquistas, devaneios, contos, estórias e várias pessoas.

Feliz dez anos Book & Coffee







Quase dez anos se passaram

16:54

 Eu não sei nem por onde começar, quais palavras usar, quais teclas apertar pra sair tudo...

Bom, Oi... Eu sou a dona do blog, mas não a mesma de 2013 de quando o Book & Coffee nasceu. Eu mudei, se passaram exatos nove anos e dez meses, e eu olho pra trás e vejo a trajetória que tracei nesses longos anos, onde me perdi, onde me cuidei, onde sanei dores, onde abri novas. Se eu, há dez anos, lêsse o que a eu de hoje tenho para escrever, com certeza eu não concordaria e nem aceitaria. Mas a vida é assim, um amontoado de escolhas, de incertezas e de todas de decisões, que por vezes foram erradas, mas me levaram para onde estou hoje.

Eu lembro que tinha uma fonte favorita para escrever os textos, eu lembro que tinha um padrão de imagens para ilustrar cada um deles, eu tinha vários sonhos, tantas certezas, quão Alice eu realmente era. Como eu queria me abraçar e alertar de tantas coisas, mas, sendo assim, eu não estaria aqui hoje, eu teria mudado a rota, a direção, as vontades e as pessoas que pousaram na minha vida. Algumas ficaram, algumas foram passageiras, algumas deixaram marcas, outras, nem sequer o sobrenome me lembro.

Quero tentar escrever mais, mas dessa vez, sem meus fieis leitores de 2013, sem aquelas pessoas que tanto amava ler os comentários. Meus textos de agora não vão mais cair em grupos de adolescentes do Facebook, onde eu amava ver que eles gostavam e se identificavam. Eu me perdi por aí, eu queria ter escrito mais, eu queria ter ido mais longe com meus textos, mas de certa forma, eu voei longe com minhas mãos, com minha arte. Isso é gratificante. Mas voltando ao início desse parágrafo, vou tentar por mais texto, nesses dois meses que vem por aí até completarmos os dez anos de mim e Book & Coffee, o meu grande amor. Tentar falar das montanhas, da chuva, dos fins de tarde, da serra, das minhas tão amadas serras... Aliás, hoje chove, faz um frio brando, eu escrevo do meu escritório, onde trabalho todos os dias, na companhia de uma gatinha, com um monte de papeis, canetas coloridas, ideias, paredes rosas e cercada de livros, no meu pequeno cogumelo, tal qual uma fadinha, um ser místico, e espero a hora exata do meu grande amor, em forma física, chegar do trabalho e passarmos o resto do dia rindo, conversando, vendo coisas que cada um tem pra fazer e eu cuidando da casa. É, eu não fugi tanto assim dos meus textos de perspectivas de dez anos atrás, eu só ainda não tinha me imergido no transe que é escrever e viajar, e perceber que eu vivo (parte) coisas que, aqui, escrevi um dia. Volto logo. Com amor, Alice!




Aceitação

13:48


Inúmeras são formas de auto aceitação, de amor próprio e de se amar... Eu, particularmente, nunca fui boa nisso. Sempre vi defeitos gigantes em mim, coisas que passei, ouvi e senti na adolescência, carrego comigo até hoje, e as vezes não consigo me ver no espelho. Há tempos, vim me aceitando, me descobrindo e me valorizando de acordo com as coisas que eu gosto, e reconheço que fico liiiiinda. Meus cabelos coloridos sempre me ajudaram muito, é a coisa que mais me traz confiança, que bota minha auto estima lá nos ares.
Mas meu corpo, minha imagem, eu nunca gosto 100% e sinto muita vergonha do que vejo (sim, tenho noção que é coisa da minha cabeça) quem me conhece sabe muuuuito bem isso, sabe o quanto minha auto estima é quase zero e que basta uma gota pra transborda o oceano que é meu sentimento quanto a isso.
Onde eu quero chegar com tudo isso: CUIDADO. Cuidado no que fala, parece tanto brincadeira mas as vezes é um preço tão alto a se pagar. E principalmente vc que vive um relacionamento, cuidado no que fala sobre outras pessoas que façam seu parceiro se sentir tão inferior, tão pra baixo. A cabeça da gente é um turbilhão e pode ser uma arma.
Sobre essa foto: Nesse dia estava me achando linda, mesmo completamente desarrumada. Mas nesse dia eu estava o máximo, porque minha mente estava legal. Mas já teve dias de eu estar arrumada, maquiada, e me sentir horrível.